A Confraria de Nossa Senhora da Nazaré é uma instituição religiosa de culto e solidariedade social criada a cerca de 1926. Os seus estatutos foram aprovados pelo alvará de 20 de Fevereiro de 1933, do Governador Civil do distrito de Leiria. Através do decreto-lei n.º 22 982, de 26 de Agosto de 1933, tomou “então conta dos bens da casa da Nazareth”, nome pelo qual, após a implantação da República, passou a ser designada a Confraria ou Real Casa de Nossa Senhora da Nazaré.
A Confraria de Nossa Senhora da Nazaré que actualmente dirige os destinos da Instituição, Santuário e suas actividades beneméritas, tem desenvolvido nos últimos anos iniciativas que ajudam a dignificar e aumentar a devoção a Nossa Senhora.
No seu trabalho diário para além das vertentes sociais e culturais, tem a Confraria dedicado muito do seu tempo e recursos a acções de restauro e melhoramento de forma a restituir ao Santuário e ao culto de Nossa Senhora de Nazaré a grandeza que em tempos conheceu e que por vicissitudes várias, foi sofrendo alguns esquecimentos.
Paralelamente ao culto, esta instituição desenvolve a sua actividade benemérita através de um Hospital, Jardim Infantil e A.T.L., Lar de Terceira Idade, Centro de Dia, Apoio Domiciliário, Centro de Acolhimento de Jovens Menores e em Risco e Centro Comunitário. No campo da cultura promove actividades no seu Teatro Chaby Pinheiro, assim como através do Museu Reitor Luís Nesí desenvolve um programa de exposições temporárias e outras iniciativas.
A Confraria de Nossa Senhora da Nazaré possui um Arquivo Histórico, inaugurado a 8 de Setembro de 1999 com uma cerimónia de abertura ao público. O Arquivo Histórico encontra-se instalado no Santuário de Nossa Senhora da Nazaré.
Ao longo dos dias todo este trabalho é desenvolvido com uma ligação estreita ao Santuário, pois a presença e o espírito de Nossa Senhora de Nazaré é constante nas vidas de quem trabalha e de todos os que recebem o nosso apoio ou usufruem dos nossos serviços.
Outros projectos de futuro passam pela maior afirmação deste Santuário Mariano no contexto nacional, assim como e sobretudo a sua valorização e divulgação junto de outras comunidades.
A Lenda do Milagre de Nª Senhora da Nazaré
O culto a Maria, mãe de Jesus, desenvolveu-se desde os primeiros séculos do Cristianismo e, permanece até aos dias de hoje como um dos mais importantes para os católicos de todo o Mundo. A zona dos antigos coutos de Alcobaça, onde a Nazaré se inclui, não é excepção. Desde tempos imemoriais que o culto mariano possui nesta região grande devoção e afecto popular, afirmando-se especialmente o culto à Nossa Senhora da Nazaré como um dos mais antigos (pelo menos desde o século XIV) e relevantes, chegando mesmo a ultrapassar a mera esfera de influência regional.
A Lenda de Nossa Senhora da Nazaré e a História do Milagre a Dom Fuas Roupinho estão, desde há muito, presentes no imaginário colectivo do povo português. Para a sua divulgação em muito contribuiu a obra do cisterciense Frei Bernardo de Brito, que na sua Monarquia Lusitânia associa o culto medieval à Senhora da Nazaré com o milagre ao cavaleiro D. Fuas Roupinho.
Assim, e segundo a narrativa do monge cisterciense que rapidamente se instalou na memória de todos, a Imagem da Virgem é proveniente de Nazaré da Galileia, esculpida em madeira pelo próprio São José e pintada por São Lucas.
No século IV a Imagem encontrava-se na posse do monge grego Ciríaco que a colocou sob a protecção de São Jerónimo, sendo posteriormente aconselhado por este a levá-la para África, para a entregar a Santo Agostinho, bispo de Hipona.
Foi Santo Agostinho quem trouxe a Venerável Imagem para a Península Ibérica oferecendo-a ao Mosteiro de Cauliniana, situado na região de Mérida, Espanha, realizando aí muitos milagres. A Virgem de Nazaré permaneceu no dito Mosteiro até ao século VIII, aquando da conquista da Península pelos Mouros.
Após a derrota dos exércitos cristãos na Batalha de Guadalete, o último rei dos Godos, Dom Rodrigo refugiou-se no Mosteiro de Cauliniana, fugindo depois, conjuntamente com o Frei Romano às invasões árabes, levando com eles a Sagrada Imagem de Nossa Senhora da Nazaré e um cofre com as relíquias de São Brás e São Bartolomeu.
Dirigindo-se sempre para Ocidente, os dois fugitivos chegaram finalmente, no dia 22 de Novembro, ao local que é hoje a Pederneira. Daí avistaram uma ermida abandonada no monte de São Brás, para onde se encaminharam em seguida. Quando lá chegaram El-Rei Dom Rodrigo manifestou vontade de ali permanecer sozinho, pelo que se dirigiu então Frei Romano para o Sítio, levando consigo a Imagem da Virgem e o cofre com as relíquias. Ao chegar ao promontório colocou a Imagem e o cofre numa reentrância da rocha.
Quando se separaram os dois companheiros combinaram que apenas quebrariam o seu isolamento ao acenderem, cada qual em seu monte e no fim de todas as tardes, uma fogueira, dando sinal um ao outro de que estavam vivos. Isto aconteceu até ao dia em que Dom Rodrigo não avistou o sinal de Frei Romano. Dom Rodrigo dirigiu-se então ao Sitio onde encontrou o seu amigo já morto. O Rei deu então sepultura ao corpo junto à gruta onde estava a Imagem da Senhora da Nazaré e partiu…
A Imagem permaneceu naquele local até ser encontrada, já no tempo do Rei Dom Afonso Henriques, pelo Capitão de Porto de Mós, Dom Fuas Roupinho, quando este se encontrava no local durante uma caçada. Passando posteriormente a venerar a Imagem da Virgem sempre que andava por aquelas bandas.
No dia 14 de Setembro de 1182, num dia de nevoeiro, durante mais uma caçada, Dom Fuas arremessou o seu cavalo na direcção de um veado. Cego pela névoa, perseguiu o veado até à última ponta do penedo, só então se apercebendo que o animal tinha caído no abismo, e que ele próprio estava no extremo da rocha. É neste momento que o cavaleiro se lembra da Imagem de Nossa Senhora escondida ali perto, invocando o seu auxílio para se salvar. De imediato o cavalo para, ficando apenas com as patas traseiras apoiadas no rochedo, permitindo assim que Dom Fuas se salva-se da morte certa.
Após o Milagre, o Cavaleiro foi a gruta onde estava a Imagem para agradecer e orar à sua protectora, fazendo-lhe também a promessa de erigir naquele mesmo local uma capela em sua honra, a Ermida da Memória.
Antigas Direcções
1974 a 1975
Presidente: Pe. Manuel Martins
Secretário: Fernando Silva Moreira de Lima
Tesoureiro: Agostinho Chalabardo Codinha
1975 a 1977
Presidente: José Duarte Machado Morais
Secretário: Gama Lopes Coutinho
Tesoureiro: João Carlos Pereira Delgado
1978 a 1980
Presidente: José Duarte Machado Morais
Secretário: Gama Lopes Coutinho
Tesoureiro: Fernando Peixoto
1981 a 1983
Presidente: José Duarte Machado Morais
Secretário: Gama Lopes Coutinho
Tesoureiro: Fernando Peixoto
Vogal: António de Jesus Belo Nunes
Vogal: Maria Irene da Graça Francisco Dias Perdigão
1984 a 1986
Presidente: Abílio dos Santos Figueira
Secretário: José Matias Pina Balau
Tesoureiro: António Santos Neto
Vogal: Manuel Limpinho Águeda
Vogal: Rogério Ferreira Mota
1987 a 1989
Presidente: António Santos Neto
Secretário: Jorge Codinha Antunes Barroso
Tesoureiro: Luís Carlos Silvério Espadana
Vogal: António Alberto Pires Filipe
Vogal: Manuel Limpinho Águeda
1990 a 1992
Presidente: Reinaldo José Rocha da Silva
Secretário: Raimundo Sousa Carreira
Tesoureiro: Francisco José Pisco Pola
Vogal: Mário José Codinha Leal Sousinha
Vogal: António Alberto Pires Filipe
1993 a 1995
Presidente: Reinaldo José Rocha da Silva
Secretário: Raimundo Sousa Carreira
Tesoureiro: Mário José Codinha Leal Sousinha
Vogal: António Alberto Pires Filipe
Vogal: Vitor da Conceição Rolo
1996 a 1998
Presidente: Nuno Alexandre P. Amaro Batalha
Secretário: Artur Pereira Santiago Coelho
Tesoureiro: Rui Alberto de Freitas Martins
Vogal: Maria Luísa Pascoal P. da Silva Lopes
Vogal: João Carlos Latour Meca Zarro
1999 a 2001
Presidente: Nuno Alexandre P. Amaro Batalha
Secretário: Artur Pereira Santiago Coelho
Tesoureiro: João Carlos Latour Meca Zarro
Vogal: Maria Luísa Pascoal P. da Silva Lopes
Vogal: Américo Jorge Barreira
2002 a 2004
Presidente: Nuno Alexandre Pedro Amaro Batalha
Secretário: João Carlos Latour Meca Zarro
Tesoureiro: Maria Luísa Pascoal P. da Silva Lopes
Vogal: Carlos Abílio Fidalgo Guincho
Vogal: Ricardo Jorge Ferreira Mendes
2005 a 2007
Presidente: Abílio José Silva Santiago
Secretário: Joaquim Mariano Gargana Cabaço
Tesoureiro: Ricardo Jorge Ferreira Mendes
Vogal: José Alberto Felismina Ferreira
Vogal: Henrique Hilário Guincho
2008 a 2010
Presidente: Reinaldo José Rocha da Silva
Secretário: Roque Augusto Alexandre Macatrão
Tesoureiro: Francisco José Pisco Pola
Vogal: Vítor Manuel Pacheco Rolo
Vogal: João António Delgado Grilo
2011-2013
Presidente: Nuno Alexandre Pedro Amaro Batalha
Secretário: João Carlos Latour Meca Zarro
Tesoureiro: Carlos Alberto Conde Vasco
Vogal: Ricardo Jorge Ferreira Mendes
Vogal: João Carlos Santos Simãozinho